segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Soluções criativas e a Pay-TV


Na noite de 21 de outubro recebemos em nossa sala a ilustre visita do multifacetado gerente de soluções criativas da Creative Solutions, Carlos Queiroz, mais conhecido pelo vulgo Tetéu. Nas horas vagas, o baiano já se aventurou como redator publicitário, cuidador de macacos em um zoológico e até mesmo abriu sua própria fabrica de velas com um amigo da mãe na Bahia. Tudo isso e outras experiências não menos importantes levaram nosso personagem de hoje à uma abordagem diferenciada da temática publicitária dentro da TV fechada (Pay TV) nacional.

Tetéu, trabalha hoje para uma das redes de canais para TV fechada que vem ganhando maior audiência e fãs nos últimos tempos, a FOX, detentora de canais como o Fox Sports, o Bem Simples e mais recentemente adquiriu a famosa MTV.



Ele nos traçou um breve panorama da publicidade no mercado brasileiro nos últimos 20 anos e nos deu uma aula sobre a lei criada pelo governo brasileiro em 2011 para incentivar a produção de conteúdo nacional, obrigando os canais fechados e as operadoras de TV por assinatura a reservar um percentual, crescente a cada ano, de suas programações e de seus prime time (18h-02h) à produções nacionais feitas por produtoras independentes. Esse cenário fez com que os canais repaginassem seus conteúdos e incentiva a produção de conteúdo nacional. 


Dentre o cardápio de sucessos da rede Fox estão series como Family Guy, Simpsons, Walking Dead e Glee, que trazem uma audiência de incríveis 0,5 pontos para a rede, mostrando o grande abismo entre as grandes redes de telecomunicação que chegam a ter mais de 30 pontos de audiência e as redes de TV fechada que nem somando todos os canais conseguem alcançar tal feito. Dentre os canais de TV fechada, a rede Fox concentra uma das maiores audiências, atraindo assim diversos anunciantes.


Além dos canais acima, no Brasil, o FX, um dos maiores sucessos da Fox, teve grande aceitação dos Brasileiros, principalmente entre o publico masculino.
Bem, sendo assim, vemos que Tetéu ( Sim, nosso personagem principal!), está trabalhando em um local privilegiado.

Agora, como fazer com que estas mega séries, rendam mais dinheiro ainda em publicidade?
Bem, nosso aventureiro, junto com os outros Criativos da Creative Solutions, decidiram criar um formato de propaganda, dentro da lei, em que apenas algum elemento que remete a série apareça, dando assim aquela famosa volta nos problemas judiciais devido a falta de autorizações.

Por exemplo, o seriado walking dead e a Sony Cyber Shot :







Apenas a mão do zumbi foi utilizada, mas já se pode fazer referencia a série, que é de grande sucesso.






Mas o porque de tudo isto?

Bem, podemos ver que hoje em dia, as pessoas não tem paciência para uma propaganda convencional. Sendo assim, cada vez mais, os videos do tipo branded content, games, ou algo que traga maior entretenimento, estão em alta e devem ser explorados.
Este tipo de propaganda tem maior apelo para as pessoas, pois estão relacionados com seriados e conteúdos, que já são aprovados pelos receptores, ou pelo menos parte deles.

Além disso...

Podemos estar vendo aqui o futuro que toda ou grande parte da Publicidade vai ter, cada vez mais veremos a criação de series patrocinadas, inserções de produtos dentro de séries, ou relacionados com conteúdos já famosos e que tem como principal caracteristica convidar os fãs ( fans ?) a conhecer e produto ali anunciado.

Por Matheus Gori, Thiago Carvalho, Victor Padial, Vinicius Freitas

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

PUBLÍÇA NA NET

A Eficácia da Publicidade Virtual - Por Guilherme Bressan e Izabella Bueno CSO6B

Na última segunda-feira (14/10), recebemos na aula de ACCM – Abordagens Contemporâneas da Comunicação Mercadológica – Marcelo Lobianco, VP do IAB Brasil. Para quem não conhece, o IAB consiste no principal órgão do segmento de publicidade digital. Graduado em Publicidade, Lobianco possui mais de 20 anos de experiência no mercado de marketing e comunicação e trabalha com internet desde 1996. Ele começou sua carreira na McCann Erickson e hoje com mais de 20 anos de experiência no mercado de comunicação, o profissional iniciou sua carreira nas agências McCann-Erickson e Y&R, tendo desenvolvido sua própria empresa de marketing digital e ainda foi diretor de marketing de empresas como Shoptime e Americanas.com. Antes de ingressar no IAB Brasil ele fazia parte do grupo do IG, onde permaneceu por mais cinco anos. Com tanta bagagem, o palestrante acredita que a internet tem forte potencial de crescimento em curto espaço de tempo, mas que faltam profissionais de qualidade no mercado.


A publicidade surgiu da necessidade de se gerar uma comunicação de massa para uma demanda, gerada pelo giro de capital no comércio vigente. Mas o que determina o valor de um produto? Será a conveniência, o desejo, a necessidade, ou o preço? Surge o aspecto em questão de como as empresas orientarão a publicidade para uma determinada intenção de compra de cada produto.

Em meados dos anos 1990, a televisão possuía 99,6% da cobertura publicitária circulante no mercado. Hoje em dia, com a evolução do poder da internet sob os meios de comunicação, esta cultura da televisão vem chegando ao fim. Os formadores de opinião e criadores de conteúdo não estão só presentes nos Jornais e nas Rádios, mas sim no Facebook, nos blogs, no Youtube e em toda e qualquer forma de rede social onde o consumidor interage com a marca. Essa Interação vem ganhando cada vez mais importância no sentido de conversa, diálogos, e no princípio da troca de informações valiosas tanto no ponto de vista da marca, quanto no ponto de vista do cliente sob a marca/produto em si.

Atualmente, ¼ de todo o investimento que é feito na publicidade está no meio digital, em que o share da publicidade digital no mobile já ultrapassou a tradicional revista impressa. Desta forma, não há mais a possibilidade de escolha entre o on e o off-line, onde a opção pelo off (pelo não investimento no universo digital) tornarão as instituições obsoletas. Ou seja, aprender-se o digital é fugir da lixeira.
Torna-se cada vez mais indispensável que as empresas não só separem boa parte de todo o seu capital para investir na internet, como também necessitem executar uma estratégia de comunicação integrada que estabeleça conceitos abrangentes e relevantes para todos os meios, isto é, comunicação 360°. Isso porque as pessoas consomem pequenas partes de informação em diferentes veículos e está cada vez mais difícil conquistar sua atenção.

Além disso, segundo Marcelo Lobianco, a publicidade virá a se tornar ainda mais assertiva. Por isso, empresas como a Amazon estudam e armazenam o perfil de todos os seus usuários, contendo informações e dados sobre seus interesses. Essa base de dados que se atualiza com frequência, possibilita à Amazon ofertar uma publicidade mais personalizada. E com isso o foco no consumidor passa a ser direcionado para o meio digital, onde através da interação entre marca e consumidor as instituições encontram as informações necessárias para a evolução da experiência de utilização do cliente com um produto/serviço tangível.

As pesquisas de mercado bem como a psicologia do consumidor nunca tiveram tanto valor para as mensagens publicitárias como nos dias de hoje. É o consumidor que possui o controle dos próximos conteúdos a serem gerados, colaborando direta ou indiretamente na sua própria produção. Tudo traduz a internet hoje, como uma boa oferta de conteúdo da forma mais simples e explicativa possível, e estando o foco somente no usuário presenciamos o surgimento de uma nova cadeia de negócios, uma cadeia de negócios onde não há cadeia formada em si, o que trás outra mudança no paradigma da publicidade on-line que antes oferecia por oferecer, e hoje oferece pelo perfil de interesses de cada um. E uma vez que a visão da próxima publicidade on-line esta na opinião do próprio consumidor, Marcelo conclui com a seguinte questão: Qual é a eficácia do Marketing nesses novos tempos?!

Always Beta - Marcelo Lobianco, VP executivo do IAB


Na última segunda, dia 14 de outubro, recebemos em sala de aula Marcelo Lobianco, vice-presidente executivo do IAB Brasil, professor da pós e Alumni ESPM. Tendo em mente os pontos principais de sua apresentação, montamos a seguir um mix de conteúdos (trazidos por ele e extras) que se relacionam aos temas abordados. O que ficou foi a inovação, o momento de transição que o mercado publicitário está enfrentando e a certeza de que é preciso tentar, testar, e otimizar sempre qualquer iniciativa no meio digital - vale o constante lema da Web: Always Beta, always testing.

O IAB
O Interactive Advertising Bureau (IAB) - então Associação de Mídia Interativa (AMI) - foi fundado em 1998, com o objetivo de disseminar o mercado de mídia interativa no Brasil. Em meados de 2006, a AMI se tornou membro da mais importante rede de associações do mundo, o Interactive Advertising Bureau, a partir desse momento, mudou sua denominação para IAB Brasil. 
Atualmente o IAB Brasil apresenta uma cartela com mais de 170 filiados entre sites, portais, empresas de tecnologia, agências e desenvolvedores Web, líderes em seu segmento no país.


Caracterizada como uma entidade sem fins lucrativos, a IAB Brasil apresenta quatro principais missões: incentivar a criação de normas e padrões para o planejamento, criação, compra, venda, veiculação e mensuração de mensagens comerciais; desenvolver o intercâmbio de experiências e conhecimentos técnicos de seus associados; regulamentar as pesquisas e estudos que comprovem a eficiência da mídia interativa; promover a identificação de oportunidades de posicionamento da mídia interativa através de linguagem publicitária para atrair o interesse de anunciantes e profissionais da mídia tradicional.


Esses objetivos se desencadeiam baseando-se em três pilares que a organização considera essencial para garantir um reconhecimento externo: o conteúdo gerado, a educação provida ao público e os eventos realizados para seus afiliados.


Além disso, a IAB promove um intercâmbio, nacional e internacional, de seus conhecimentos técnicos e de suas experiências, através de cursos, palestras, publicações de artigos e pesquisas em que o resultado obtido seja de comum interesse para o mercado agregando maior valor à ele.


Perfil

Marcelo Lobianco é atualmente o Vice-Presidente executivo do IAB. MBA em marketing pela ESPM em 1999, Lobianco construiu mais de 20 anos de carreira no mercado online, trabalhando em grandes agencias como Mccann e Y&R, e ate empreendendo com uma agência própria, entre 1999 e 2002. Passou também pelo varejo, assumindo cargos de direção de marketing na Shoptime.com e Americanas.com

Durante sua palestra no dia 14 de outubro, Lobianco apontou um aspecto interessante de sua trajetória: "Eu já me sentei em todas as “cadeiras”  da sala de reunião." Com razão! Lobianco já foi cliente, agência, veiculo, sempre imerso no universo publicitário.
 
A riqueza de experiências certamente colabora com a percepção que o palestrante tem do mercado enquanto profissional, e o ajudou a coordenar o curso de Marketing Digital Avançado pelo qual foi responsável na ESPM SP desde 2002 até 2012.



Histórico da Mídia no Brasil
        Após se apresentar para a classe e brevemente descrever o IAB, Marcelo dedicou parte de sua palestra a um breve histórico da publicidade (mais especificamente da compra de mídia) no Brasil, de maneira a introduzir o assunto da mudança no mercado que mais nos é interessante.

A história da mídia no Brasil pode ser contada a partir da década de 1950, com a chegada da televisão ao país.

Em 1951 surgem os primeiros comerciais, que eram transmitidos ao vivo e, é claro, em preto e branco. Os intervalos eram irregulares, não havia tempos preestabelecidos. Isso segue até o começo da década de 1960.

De 1961 a 1970 há um avanço da TV, as redes passam a ser nacionais e surgem as padronizações dos espaços. Nessa época também são feitos os primeiros merchandisings.

A década que se segue, de 1971 a 1980, traz novos formatos, como as vinhetas e os “tops” (top de 5 segundos). A mídia começa a passar por desenvolvimentos técnicos, além de serem desenvolvidas mais pesquisas e se dar mais importância ao planejamento.

Os próximos anos, 1981 a 1990, trazem os planos de comunicação, que são pensados e realizados também graças à forte regionalização e à segmentação dos públicos.

As primeiras campanhas brasileiras para a internet surgiram entre 1995 e 1996, a princípio os métodos dos veículos tradicionais. Até os anos 2000, o espaço publicitário online começa a desenvolver suas próprias metodologias, métricas e características em geral.

A partir desse ano, as mudanças nesse meio se mostram rápidas e contínuas. Em 2003, as compras online começam a fazer parte da vida dos brasileiros mais modernos e em 2005 surgem os primeiros celulares e palmtops com acesso à internet, por exemplo.

Porém, o que mudou muito a forma como se interage com a internet foi a chegada da Web 2.0, em 2004. Junto com ela, chegou o Orkut, o primeiro site de rede social de grande sucesso no Brasil, que, após alguns anos, foi derrubado pelo Facebook.

Essa interação com os sites de redes sociais mudou bastante a forma de anunciar na internet. Esses sites coletam as informações dos usuários e vendem a empresas que buscam uma alta segmentação de público.

Além disso, os smartphones são cada vez mais utilizados. Neste ano, 2013, pela primeira vez, o número da venda desses aparelhos ultrapassou o número de aparelhos comuns. Isso significa um mercado para a publicidade de certa forma novo e crescente, que deve ser muito explorado nos próximos anos, o que ainda é suportado pelo conceito de Second Screen discutido abaixo, uma vez que os smartphones não são mais uma segunda tela, mas sim a tela principal.
Second Screen?

Second Screen, do inglês Segunda Tela, possui dois conceitos básicos.


O primeiro se refere a dispositivos eletrônicos, que seriam as segundas telas, para os quais é gerado conteúdo referente a algum evento que se passa na primeira. Exemplificando de forma simples, enquanto se assiste a certo programa de televisão, são criados conteúdos em aplicativos para smartphone que se relacionam diretamente àquilo a que se assiste na TV, tornando-se uma extensão do programa.

A segunda definição descreve o uso de várias telas ao mesmo tempo, não importando se os conteúdos se relacionam ou não. Enquanto se assiste à televisão, navega-se na internet em um notebook e se conversa por mensagens em um smartphone, por exemplo.

Ambas as definições tratam, de maneira geral, a televisão como primeira tela e smartphones, notebooks, desktops e tablets como segundas. Porém, isso se mostra ultrapassado hoje em dia.

Lobianco fez uma pertinente constatação em sua palestra: os programas de televisão não possuem mais a relevância de antes, o foco está principalmente nos aparelhos que se conectam à internet. Dessa forma, há uma inversão de papéis, tornando o que era first em second screen e vice-versa.

Esse fenômeno já é sabido e comentado por especialistas da área. A GigaOM, que possui conceituado blog de tecnologia, gigaom.com, trata deste assunto em uma matéria entitulada “Forget second-screen apps. Today, the TV is the second screen” (http://gigaom.com/2013/07/21/forget-second-screen-apps-today-the-tv-is-the-second-screen/). Nela, Janko Roettgers, jornalista e escritor especializado em tecnologia, ressalta como os Estados Unidos há tempos cria aplicativos para seus diversos shows,que, apesar da qualidade, ainda enfrentam um planejamento que erroneamente posiciona a TV como o centro do “universo televisivo”.


Ele argumenta que, apesar de pesquisas como as feitas pela Nielsen e Bureau of Labor Statistics, que dizem que os americanos assistem a muita televisão, as pessoas deixam a televisão como “plano de fundo de baixa atenção” enquanto arrumam suas casas, comem seus cafés da manhã, checam seus emails ou “fazem qualquer outra coisa que se possa fazer com a televisão ao fundo”. Diz, ainda, que a televisão se tornou a segunda tela, “proporcionando entretenimento adicional, enquanto interações importantes acontecem em nossos aparelhos móveis”.

Ao fim, Roettgers diz o que os produtores desses aplicativos tem que fazer: esquecer os “buzzwords”, que apenas atrapalham a compreensão de como as pessoas realmente consomem televisão, e sair do caminho, afirmando que os melhores aplicativos não são aqueles que tentam monopolizar as telas tratadas como segundas, mas, sim, aqueles que trazem utilidades adicionais a elas.

E agora?

Se pudéssemos condensar o que pensamos sobre a palestra do dia 14 em alguma frase, muito provavelmente ela seria "E agora?". Uma vez cientes da realidade do mercado, dos baixíssimos níveis de atenção do consumidor, da importância da segunda (SIC) tela, como, enquanto profissionais, respondemos a estes acontecimentos?

Certamente não com um comercial de 30 segundos.
 
Chegamos então a alguns princípios que podemos adotar enquanto profissionais, baseados nos exemplos de Marcelo e no que temos visto em aula e no mercado:
1.) Ser relevante  
Marcelo Lobianco argumentaria - e esta é uma bandeira que o próprio IAB defende - criar publicidade relevante: conteúdo. Não adianta continuarmos tentando empurrar mensagens publicitárias guela abaixo do consumidor, é preciso envolver, encantar, interessar.


2.) Estar aberto ao diálogo  
Como no case de Dell Hell, exemplo dado por Marcelo durante a palestra, é preciso estar cada vez mais atento ao atendimento que se dá ao consumidor, melhorar constantemente os canais de comunicação e o tempo de resposta a reclamações e ainda monitorar o que é dito sobre a empresa na internet. Agir como o Spoleto: não só apropriar-se do problema, como fazer algo a respeito.


3.) Inovar sempre
Não é segredo para nenhum de nós que a competição aumentou, não só por espaço prateleiras como também pelas "eyeballs" dos consumidores. É preciso, mais do que nunca, ser criativos, tanto em termos de plataforma e formato quanto de conteúdo.

A lição que fica é a que não muda nunca. Quem vence a corrida é quem se modifica, inova, diferencia e está sempre em construção. 

Quem está Always Beta.


Por

Ana Luiza Cruz
Pedro Lazarini
Pedro Paulo Altieri

CSOS 6A

sábado, 19 de outubro de 2013

           


Por: PAULO ROBERTO ACHE

           O que é Marketing de guerrilha?

É um termo usado para ações que usam estratégia de ataque e recuo rápido. É mais tático (ação) do que estratégico (plano). Começou a ser usado entre 1910/30, com Eduardo Bernays (sobrinho de Freud) que realizou a primeira ação de guerrilha no marketing e comunicação, trabalhando para um fabricante de cigarros que queria desmistificar o cigarro para o público feminino, fazendo com que elas pudessem fumar publicamente assim como os homens.

Através de um estudo realizado por Bernays, usando os conceitos das teorias de Freud sobre ego, superego e ID, criou-se o slogan “tochas da liberdade”, associando o cigarro com poder, libertação e independência. Para disseminar esse conceito foi feita uma ação durante um grande evento de rua, trazendo mulheres jovens fumando cigarro em público. Essa tática  gerou muita repercussão com o auxílio da mídia da época, que reportou o fato para o país todo, espalhando o slogan de liberdade para a população e fazendo com que o cigarro se tornasse símbolo de poder para as mulheres.

Dessa maneira, é possível perceber que a essência do Marketing de Guerrilha é propor ações de baixo custo e alto impacto. Segundo Conrad Jay Levinson, maior teórico do assunto em questão, as principais características do marketing de guerrilha são:

1.        Precisa de poucos recursos financeiros, e um alto teor de inovação, criatividade e coragem.
2.        Praticar o mkt de guerrilha significa sair do óbvio, do convencional, e conseguir uma ação totalmente flexível;
3.        Essa ação possibilita muita interatividade (participação, experiência, engajamento, relação afetiva entre consumidores e marca);
4.        É uma atividade muito democrática, pois assegura que empresas com poucos recursos conquistem níveis de visibilidade comparáveis aos obtidos por organizações de grande porte.

O marketing de guerrilha deve ser utilizado para complementar o composto promocional: Relações Públicas, Marketing direto, Assesoria de Imprensa e Internet. Ele está associado a conceitos de atividades bélicas não convencionais, com estratégias baseadas nos seguintes pressupostos:

1.              Inexistência de regras fixas ou normas pré-estabelecidas;
2.              Não utilização de meios convencionais de enfrentamento (não é grande mídia, não é onde estão seus principais concorrentes, é alternativo)
3.              Grande mobilidade e flexibilidade para redirecionar as ações;
4.              Fator surpresa é o diferencial, e é fundamental;
5.              É muito bom para clientes pequenos, que não tem muita verba mas que querem chamar a atenção de seu público.

O Greenpeace sempre realizou grandes e ruidosas ações de Guerrilha. Em uma delas, quatro pessoas subiram no Cristo Redentor e estenderam uma mensagem de preservação do futuro do planeta, sem autorização de nenhum órgão regulamentador. Causaram alvoroço e buzz, atingindo o objetivo da ação.

·               Tipos de ações

Emboscada: atividades que, via de regra, são utilizadas em ocasiões onde é possível observar grande concentração de pessoas (eventos, feiras, competições) onde há presença ou participação de agentes patrocinadores, e situações que facilitem ou viabilizem a realização de contra-ataques ou respostas de qualquer natureza. O sucesso dessas ações dependem, em grande parte, do fator surpresa e do correto aproveitamento de eventuais coberturas da mídia. Elas dependem de conhecimento e acompanhamento das atividades da concorrência.
A emboscada é basicamente aguardar a comunicação do concorrente gerar visibilidade e depois se aproveitar dessa mídia, sem gastar verba igual a empresa competidora gastou. Se aproveitar da estrutura, de um patrocinador, de um investidor, sem combinar nada com eles, através de ações aleatórias e de fácil modificação.

Exemplo:
A ONG Peta frequentemente realiza emboscadas em desfiles de moda pelo mundo, invandindo passarelas para protestar contra o uso de peles pelos estilistas. Na foto abaixo, uma ativista invade passarela do desfile da marca DKNY, em 2008.



Brandalism: (marca+vandalismo) – é um tipo de ação de emboscada que envolve a ação de indivíduos ou grupos que fazem propagandas, em mídias desutilizadas, com críticas a marcas que valorizam o consumismo ou tenham atitudes consideradas negativas pelo senso comum. Ex: Um outdoor, criticando o trabalho escravo nas fábricas da marca Zara.

Intervenção Urbana: Ações de relação direta com manifestações artísticas de qualquer natureza (esculturas, grafites, instalações, etc). Sua utilização se dá através de bases comerciais e  mercadológicas, proporcionando grande visibilidade para a marca por quebrar a rotina do cotidiano urbano, normalmente impessoal, corrido e agitado, criando um frisson nos espectadores. Essas ações podem ser desenvolvidas com critério e, principalmente, respeitar as normas legais vigentes.

Exemplo:
Para alertar a população sobre o problema, faixas de pedestres em ruas movimentadas ganharam telas gigantes em forma de árvore sem folhas. Em ambas os lados das calçadas foram colocadas almofadas com tinta verde de secagem rápida e laváveis com água. A medida que os pedestres atravessavam a rua, as pegadas formavam folhas na árvore. A campanha ganhou o Leão de Ouro Cannes na categoria design.



Blitz: Significa “guerra relâmpago”, faz parte de uma doutrina militar e, em nível operacional, se relaciona ao uso de forças móveis para ataques rápidos. A eficácia dessa ação depende da utilização combinada de elementos que fazem parte do conceito de blitz - surpresa, rapidez e agressividade.
As atividades baseadas nesse conceito exigem um bom planejamento operacional e logístico, além do uso correto de elementos e materiais que possam causar impacto nos locais alvos da ação. Exemplos desse tipo são ações que duram apenas um dia, com alta mobilidade e que podem ser desmontadas rapidamente. São frequentemente realizadas em praias, como o caso da marca Havaianas, que distribuiu bóias gigantes em forma de chinelos para os banhistas, em um dia de verão.

Exemplo:




A Coca Cola planejou no Brasil e nas Filipinas em 2011 uma ação de guerrilha em modo ‘Blitz’. Um ‘caminhão da felicidade’ passou por diversas cidades brasileiras, despertando a curiosidade do público impactado pelo seu gigante botão vermelho. Ao apertá-lo, algum prêmio – não necessariamente ligado aos produtos Coca Cola - saía do caminhão para o participante, remetendo a ideia da propagação da felicidade pela marca.

Performance: Modalidade de arte ligada a atividades teatrais, musicais, poesia e etc. Seu uso em ações de guerrilha vem sendo realizadas com grande sucesso. Ao contrario do conceito de happening (imprevisibilidade, participação efetiva do publico e etc) as atividades de guerrilha que utilizam a performance devem ser bem estruturadas, podendo ou não envolver o público alvo na ação. Como essas atividades devem ser elaboradas a partir de roteiros bem definidos, é possível replicar as ações em outros momentos ou locais.

Exemplo:
Para divulgar sua nova fragrância feminina, a italiana Diesel preparou uma ação de guerrilha de performance. Após promotoras de venda aplicarem o perfume em algumas mulheres da rua para teste, elas passavam a receber diversos elogios dos homens na rua, atores da marca. Música no saxofone, tapete vermelho, flores e pedido de casamento: a ideia era envolver a mulher em um cenário e contextos teatrais e hiperbólicos, para que ela sentisse o poder daquela fragrância provada. O vídeo case pode ser assistido em: http://www.youtube.com/watch?v=OVTiMjB-hZg


Buzz Marketing: Pode também ser chamado de Marketing do Bochicho, ou Marketing Boca a Boca. Visam estimular de forma deliberada comentários de diversas naturezas sobre produtos, empresas e pessoas.
Os vetores disseminadores dos comentários devem possuir algum tipo de poder de influência ou credibilidade (comunicadores, especialistas, opinion makers, etc).
Atividades de buzz marketing não têm necessidade de uma clara identificação do agente responsável pela ação, e a eficácia depende da forma com que o fato é gerado/criado. Essa ação pode ser desenvolvida nas colunas sociais, eventos, nas comunidades de relacionamentos e na própria mídia.

Exemplo:



O canal de humor do Youtube ‘Porta dos Fundos’ realizou um vídeo satizando o restaurante Spoleto e sua forma de apressar o cliente a fazer sua escolha. Por ser um canal muito influente, a ação gerou um buzz a princípio negativo para a marca Spoleto, que soube espertamente se aproveitar da situação e produzir dois outros vídeos em sequência com o Porta dos Fundos, satirizando ela mesma. Esse buzz em torno da empresa a estimulou a modificar de alguma forma seus serviços. O primeiro vídeo pode ser conferido em: http://www.youtube.com/watch?v=Un4r52t-cuk
Os vídeos patrocinados pelo Spoleto, produzidos em sequência são: http://www.youtube.com/watch?v=ebe-3s4TLfQ http://www.youtube.com/watch?v=fGyt3sF3T7M

Viral: As atividades do viral estão muito próximas ao Buzz Marketing, porém o viral se utiliza, necessariamente, de suportes dotados de recursos tecnológicos para se espalhar. O contexto e o timing são fundamentais para o sucesso da ação. O viral não deixa claro a existência de interesse comercial em torno da ação realizada.
O começo da ação é lento e apresenta baixos níveis de abrangência. Com o passar do tempo o ato gerado tende a adquirir grandes proporções. Parte do sucesso da ação de mkt viral vem do fato que o conteúdo é criativo e  compartilhado espontaneamente, além de contar com a presença em diversas plataformas de comunicação

Exemplo:
Para mostrar que a cada quatro minutos uma área equivalente a um campo de futebol é desmatada no Brasil, essa ação da WWF Brasil mudou gradativamente a cor do gramado durante uma transmissão ao vivo. Aconteceu no jogo Brasil x Dinamarca, pelo Torneio de Futebol Feminino, exibido pela Band em dezembro do ano passado e foi altamente disseminada na internet. A ação pode ser conferida em: http://www.youtube.com/watch?v=NY41dVYS_-U


Sniping:  São ações utilizadas com o apoio/suporte de personalidades e/ou formadores de opiniões, que podem ocorrer em vários segmentos de negócio como esportes, moda, cultura, entre outros. A escolha dessas personalidades devem ser feitas com base na visibilidade dos agentes em seus respectivos ambientes, e essa ação deve ser desenvolvida de forma natural e espontânea.
Não é preciso determinar período ou etapa para o cumprimento dos objetivos propostos, e os resultados podem ser dimensionados através do volume de vendas, do aumento do marketing share e de repercussões de qualquer natureza.

Exemplo:

Todo ano, as grandes personalidades que freqüentam os diversos tipos de tapetes vermelho pelo mundo, a exemplo do Oscar, Met Gala, VMA e Grammy, são disputadas pelas poderosas grifes de moda globais para as vestirem. As marcas selecionam os artistas que são compatíveis com seu posicionamento e estratégia. É uma ação muito rentável e aquecida, devido a alta visibilidade e o retorno em mídia espontânea para a marca patrocinadora.