segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Quem produz o conteúdo?

Empresa: I-PROSPECT

Palestrante: Gustavo Macedo – Gerente de SEO,  formado em Publicidade, Propaganda e Marketing / exerce profissão no cenário digital
Palestra: O Universo Digital


“A Internet não é uma rede de computadores. A Internet é uma rede de pessoas.”
O palestrante Gustavo Macedo, gerente de SEO (Search Engine Optimization), explica a importância da ferramenta SEO e de como isso é aplicado para otimizar a visibilidade das Marcas dentro da web.


Palestra de Gustavo Macedo na ESPM

O cenário atual no Brasil

O mercado brasileiro representa um cenário forte dentro da internet.  O país é 3º maior de usuários ativos na web, ou seja, de indivíduos que estão tanto gerando quanto consumindo conteúdos na web. A publicidade hoje, representa cerca de 11,4% da internet, uma fatia considerável a ser explorada através dos formatos de divulgação existentes da web.  Os gastos em publicidade para o próximo ano está a cerca de 28 bilhões de reais segundo a empresa Google.

O E-commerce

Os brasileiros estão cada vez mais gastando pela internet.  O ticket médio, ou seja, a quantia média de gastos com compras on-line por pessoa está passando de 350 para 359 reais.  O maior segmento é a de moda e acessórios, antes dominado pelos eletrodomésticos e de informática.  A tendência, no entanto, é que outros segmentos também se figurem dentro desse cenário.

Relacionamento Digital

Até a década passada, estava em voga a web 1.0, chamada de Era da Informação.  Nesse momento da web, havia somente o consumo de conteúdo.  Diferente disso, a web 2.0 possibilita não só o consumo, mas a produção de conteúdo, abrindo margem para que o internauta interaja de maiores formas dentro da internet.  O compartilhamento, curtida, exposição da opinião a cerca de algum produto e/ou serviço são uma das formas mais comuns de interação e relacionamento do consumidor e marca dentro do universo on-line, marcando uma participação ativa. Por conta disso, surgiram novos formatos de mídia, ou seja, houve mudança no jeito de se comercializar na internet.  Devido a essa intervenção maior do público na web 2.0, as marcas tiveram que se adequar a uma nova forma de vender e oferecer seus produtos. O resultado disso foi a humanização das marcas, ou seja, aproximação e uso do apelo emocional a fim de obter o “good will” de seu público.

Marketing 3.0 e a humanização das marcas

A missão do marketing 3.0 é estabelecer um elo com o seu cliente. A partir do momento que nasce um bom relacionamento entre a marca e o consumidor, eles próprios farão sua publicidade. A humanização das marcas faz com que o consumidor crie um relacionamento mais próximo com as marcas, tendo como grande vantagem a geração de conteúdo publicitário, especialmente dentro de redes sociais, feito pelo próprio consumidor - lembrando que conteúdos de mídia conquistada possuem sempre maior credibilidade perante ao público. Para tornar a humanização das marcas possível, estas começaram a carregar valores humanos dentro de seu DNA, abordando seu consumidor de maneira diferente, fazendo-o acreditar no que a marca tem a oferecer, uma vez que ambos partilham dos mesmos valores.

Storytelling

Uma das técnicas utilizadas na humanização da marca é o storytelling. O storytelling significa contar histórias aproximando os sentimentos das pessoas a uma marca ou a situações ligadas à ela. Um exemplo extremamente bem sucedido de storytelling é o vídeo criado pela  operadora de celular Vivo que conta a história da musica “Eduardo e Mônica”, do grupo Legião Urbana. Em nenhum momento o vídeo fala de produtos ou serviços oferecidos pela marca, ele apenas conta uma história com a qual todos conseguem se identificar, trazendo, de maneira discreta,  a mensagem de que a Vivo está lá para facilitar nossas relações. Como resultado, tem-se uma maior identificação do consumidor com a marca e o vídeo foi extremamente compartilhado nas redes sociais.

A demanda do mercado digital
O primeiro passo para entender a demanda desse novo mercado, é entender as pessoas que fazem a internet ser o que ela é hoje. Para isso, é importante compreender como funciona a cultura da internet.
Cultura da internet
A cultura da internet é aquela que faz com que estejamos o tempo todos conectados, pelo notebook, por um tablet ou pelo smartphone. Sempre produzindo, curtindo, compartilhando e/ou reformando o conteúdo. Seja um vídeo, uma foto, ou uma frase. É desse momento que surgem os Memes. Mas o que seria um meme
Caracterizado por sua alta e rápida difusão, os memes são apropriação de um conteúdo pelos internautas, que é divulgado à exaustão pelos mesmos. Esse conteúdo pode ser fruto de uma situação, como o alto preço dos tomates no começo do ano, de vídeo que vazou, como da Fran de Goiânia, ou algo publicado, como as fotos da Nana Gouveia sobre o desastre em Nova Iorque. 


Alguns dos temas abordados, em sentido horário, começando topo esquerda: imagem por internauta satirizando o preço do tomate; blogueira apoiando Fran de Goiânia; foto publicada por Nana Gouveia que virou meme; apropriação da foto da Nana sobre desastre no Paquistão; usuários satirizando o vídeo que vazou da Fran de Goiânia; sátira sobre o preço do tomate.
Nesse cenário de intensa produção online, surgem usuários que se esforçam para apresentar um conteúdo, profissionalizando essa emissão. A vantagem de profissionalizar-se é a possibilidade de parceria com uma ou mais marcas. Um produto bem finalizado, acaba gerando maior interesse das marcas. Mantem-se a linguagem online, e se adapta o conteúdo ao da empresa. Como o canal Porta dos Fundos, que traz vídeos super bem finalizados com várias referências a marcas, possibilitando muitas parcerias.


Vídeos do Porta dos Fundos (1) sátira sobre o Spoleto, (2) sátira ao programa da GNT, (3) sátira sobre o modelo de compra coletiva do Peixe Urbano, (4) recente merchandising eletrônico da Itaipava.

Mas, como o próprio canal Portas dos Fundos faz, muitos internautas criam conteúdo ligados a marcas, conteúdo que nem sempre é positivo. Qualquer pessoa pode criticar uma empresa, criando uma situação extremamente negativa. Mas a situação pode ser revertida com a resposta rápida e certeira. É necessário conversar com o consumidor, de forma aberta e transparente sobre a situação, tentando minimizar a recente imagem negativa.
O feeling de lidar com o consumidor é algo a ser desenvolvido pelas empresas, que querem  um consumidor próximo e apaixonado pela marca. Ao mesmo tempo, as marcas têm que defender, constantemente, sua reputação. É preciso muito jogo de cintura, pois todos estão acompanhando o que acontece online – assim que a marca recebe a crítica, cria-se uma expectativa do público que aguarda o passo de defesa da marca. O que for falado pela marca, será discutido por todos. Assim, a estratégia deve ser bem pensada, para gerar a divulgação positiva de sua imagem.
O que é divulgado nas redes não é apenas o que acontece nas redes. Muito do mundo offline é absorvido pela cultura da internet, que é o lugar em que acontecem os grandes debates. Esse fenômeno é possibilitado, principalmente pela segunda tela. Por exemplo, ao assistir TV ou ir ao cinema é comum que as pessoas estejam, simultaneamente, utilizando o computador ou o celular. Assim, a internet se torna a segunda tela de reposta para todos usuários, o offline é transmitido para internet com comentários e perspectivas.
Comentários sobre a novela, sátiras de programas e até busca de desaparecidos e bandidos são exemplos recorrentes de incorporações do mundo real para o virtual.
Febre das latinhas de Coca-cola com nomes e paródias de usuários sobre o encerramento da novela da Globo Avenida Brasil são exemplos de migração do universo off-line para o online.

E a recíproca é verdadeira. O movimento inverso, começando no online e repercutindo no offline, também é bem comum. Como a dança gang-gang style, do artista coreano, que começou iniciou a fama internacional com o canal Youtube.com. Em pouco tempo, o estilo se difundiu, sendo apresentado em festas, programas de televisão, e em muitas outras versões na internet.
Imagens gang gang style original e paródias do público.


Temas mais sérios também podem iniciar os debates na internet. Caso recente, foram as manifestações pelo aumento da tarifa de ônibus. Iniciadas no Facebook e no Twitter, as grandes mídias offline rapidamente divulgaram a indignação da população dando força ao movimento.
Na época das manifestações, manifestantes em apoio (contando até com o criador do Facebook).
E qual a importância desses momentos da internet? Todos abrem uma porta para as marcas se posicionarem, aproveitando essas indagações para estar junto dos seus consumidores. De acordo com a ferramenta do Google, Google Trends, as pessoas aumentam as pesquisas sobre  determinado tema, quando ele está em alta. Ou seja, uma grande oportunidade comercial com baixo custo. 
Ferramenta do Google avaliando as pesquisas dos usuários sobre as manifestações.
Algumas marcas conseguiram fazer bons negócios com essa estratégia. Por exemplo, no caso da propaganda a Luísa está no Canadá: O Decolar.com anunciou no twitter pacotes de viagem ao Canadá para visitas a Luísa; O Yázigi promoveu, em especial, seus cursos no Canadá; muitas imobiliárias criaram paródias ou contrataram a própria Luísa como garota propaganda de seus produtos.



Da esquerda para direita, sentido horário, todos aproveitando a fama da Luísa no Canadá: (1) tweet da Decolar sobre a promoção; (2) imobiliária embarcando na história da Luisa; (3) promoção do Yázigi; (4) a própria Luísa em São Paulo.

A junção do online com o off-line propicia muitas possibilidades vantajosas. As marcas devem manter seus olhos abertos para embarcar nelas, podendo aumentar seu market share.

Ambiente Competitivo
A maior competição hoje na internet não é com outras marcas, mas sim com as outras coisas que chamam a atenção dos consumidores. O consumidor hoje, por conta da quantidade de informações que o atinge, não se prende muito aos conteúdos, a não ser que esses se destaquem. Além disso, as pessoas utilizam mais de uma plataforma simultaneamente na maior parte do tempo. Quase 40% das pessoas assistem TV enquanto acessam a internet, por exemplo.

Outro fenômeno que pode se perceber no comportamento multiplataforma dos usuários é a migração entre os aparelhos. Como grande parte dos sites no Brasil não está adaptados para o mobile, muitas pessoas iniciam a navegação nesse dispositivo, mas continuam em outras plataformas.

Junto a esse despreparo em relação às mudanças que vem acontecendo, outro fator que prejudica a interação dos consumidores com as marcas é o novo paradigma de mídia.  Além da mídia paga tradicional que conhecemos, surgiram dois outros pilares, os quais a maioria das empresas não aprendeu a lidar. A primeira delas é a proprietária, que corresponde as plataformas as quais elas possuem, como sites, contas em redes sociais e aplicativos. A outra é a “Earned”, termo em inglês para merecida, que é a mais rica de todas, porque ela é espontânea e imparcial, que da credibilidade ao conteúdo. Trata-se do conteúdo publicado sobre a marca através dos consumidores.

Por isso, é importante as marcas saberem utilizar todas essas mídias para estabelecer um bom relacionamento com os seus consumidores. Cada plataforma de conteúdo tem a sua função, e a maneira como as pessoas interagem com cada uma delas é diferente. Cabe a empresa entender o papel de cada uma, tentando entendo qual tipo de informação ou conteúdo os consumidores buscas nas diferentes plataformas.

O marketing contínuo

Atualmente,  torna-se um diferencial para as empresas a execução do marketing contínuo. Não temos apenas compra de mídia (o básico do século XX), claro que ela ainda está presente mas é preciso um esforço a mais para ficarmos sempre atentos com tudo que está acontecendo.
Todas as novas plataformas de comunicação existentes atualmente (microblogs, sites de busca, sites de vídeos e-commerce, etc.) mudam a maneira de consumo das pessoas. A opinião do consumidor se torna suscetível  ao impacto que essa mídia faz. Tudo o que acontece na internet, de forma bastante significativa, manipula a maneira em que as pessoas procuraram e consumem determinado produto ou serviço.

Possuir um monitoramento constante do que ocorre nessas novas plataformas de comunicação é imprescindível. Para que tal trabalho possa ser realizado com eficácia, existem diversas ferramentas:


  • ·       Google Analitics: É um web analitics que tem a função de monitorar o número de visitas em um site e todo o caminho percorrido pelo consumidor dentro da página. Por exemplo, permite seu usuário, saber de qual site o internauta veio, quantas páginas acessou, quanto tempo permaneceu e para qual site saiu.

  • ·       Google Trends: São gráficos que mostram um curso diante de toda a comunicação gerada a partir de um buzz feito na internet .

  • ·       AddWords: Também conhecida como links patrocinados, esta ferramenta permite que você compre links que aparecerão na lateral de determinada página de acordo com o assunto que foi pesquisado.

  • ·       Google Master Plus: É a ferramenta que mostra quanto o seu site está preparado para a busca. Quando algum usuário estiver fazendo uma pesquisa, o seu site será apresentado, terá relevância para o consumidor? Caso não seja, porque ele não foi apresentado ? Esta ferramenta dá insights de como melhorar o seu site na busca, tanto na busca por computador como na busca mobile.

  • ·       Youtube Insight: Se a marca produz vídeos, essa ferramenta mostra o quanto eficiente é a campanha e qual a capilaridade alcançada, além de quantas vezes o vídeo foi curtido ou compartilhado.

  • ·       Facebook Page Insights: tem quase a mesma função do youtube insights mas a análise é feita para a FanPage no Facebook. Avalia a eficiência dessa FanPage.

Dentro do mercado digital é preciso conhecer muito bem seus consumidores. É essencial entender de que forma podemos criar engajamento, aumentar a participação e a interação com a marca. O profissional de marketing deve buscar a intensificação das ações nas redes sociais: contar histórias, estimular o diálogo, chamar o consumidor para desenvolver o produto junto a marca.  

Quanto mais próximo o conteúdo estiver da realidade do cliente, a probabilidade de ser compartilhado aumenta radicalmente. Além disso, por ser um mercado que se apresenta em constante mudança, não se pode deixar de inovar e arriscar. Deve-se pensar no “erro” como um aprendizado. A internet caminha a passos largos e a mudança ocorre do dia para noite, tanto na tecnologia como no usuário que a utiliza. A inovação é imprescindível. 




GRUPO 7 - CSOS 6A
Ana Carolina Maccioni
Cecília Sampaio
Fábio Yancovitz
Hye Kim
Juliana Salles



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