O emprego dos conceitos de sustentabilidade e a construção de imagem de
marca
O que o GPA tem feito no sentido de sustentabilidade para agregar valor
a marca?
O professor Aparecido Borghi trabalha com marcas próprias,
fornecedores, embalagens e sustentabilidade no Grupo Pão de Açúcar, além de dar
aula na pós-graduação da ESPM. Com sua experiência de mais de 20 anos de
trabalho com embalagens, é um grande nome quando o assunto é sustentabilidade.
Desde os anos 60, a população mais do que dobrou e o
consumo, sextuplicou. Já estamos usando mais do que a capacidade do planeta de
se regenerar e a tendência é consumir cada vez mais. Com a ascensão da classe
C, o Brasil, passou a consumir muito mais. Se outros países muito populosos,
como a Índia e a China também passarem por essa transformação, teremos um
consumo desenfreado. De acordo com Borghi, se todos os países consumissem como
os EUA, precisaríamos de 4 planetas para suprir a demanda.
Esse contexto remete aos ensinamentos de Gandhi: “A Terra
tem o suficiente para todas as nossas necessidades, mas só para o realmente
necessário”.
O planeta vai aguentar. E nós?
Feliz ou infelizmente, esse cenário está longe da realidade.
Apenas 16% da humanidade é responsável por 78% do consumo. Essa desigualdade se
mostra ainda mais frustrante quando levamos em conta que um terço de todo
alimento produzido no mundo é perdido, e a África, o continente onde está concentrada
a maior parte da população faminta, também é onde mais se perde colheitas, por
falta de tecnologia, armazenagem e embalagem.
De acordo com o professor Borghi, “A gente tem que acabar
com desperdício, não embalagem. Se a embalagem protege o alimento, ela faz o
papel dela. Se temos consumo em excesso, temos lixo em excesso. A embalagem
vira lixo depois que cumpriu seu papel, ela é mal gerenciada depois.”
Precisamos reconectar a discussão aos desafios reais do
planeta. Não é reduzindo embalagens, saquinhos de supermercado e comparecendo a
eventos que revertem a compra de ingressos em plantio de árvores que
resolveremos esses problemas. Essas atitudes são “pílulas de sustentabilidade”,
elas mais ajudam a consciência das pessoas do que o próprio planeta.
O que realmente vai resolver o problema é diminuir o
desperdício. O consumo é a chave de tudo. Precisamos repensar nossos hábitos de
consumo e refletir no dia a dia o que realmente é necessário. “São coisas
pequenas, mas multiplique por 7 bilhões, vai ver que tem um certo efeito.”,
afirmou o professor. “Se passarmos a consumir menos, as indústrias se adaptarão
e passarão a produzir menos.”
Os consumidores estão no centro de tudo, suas necessidades
tem que ser satisfeitas. Eles são os principais influenciadores para as
mudanças acontecerem, inclusive no quesito sustentabilidade.
“A maioria de nós
precisa de motivação pra agir de maneira diferente; precisa de oportunidade; a
gente precisa de informações suficientes e claras.” – Como sustentabilidade é
uma coisa muito nova (principalmente no Brasil), cada hora surge uma nova
informação, que muitas vezes, acaba anulando uma informação passada
anteriormente, confundindo a cabeça do consumidor.
Muitas vezes as pessoas também querem fazer a parte delas, e
se engajar em uma determinada causa. Entretanto, não há oportunidade.
No IBGE de 2010 os dados mostram que somente 17% dos
municípios brasileiros têm coleta seletiva, e apenas 11% dos lares têm costume
de separar o lixo doméstico. O mais alarmante de tudo isso, é que 66% ainda
descarta remédios no lixo doméstico.
Pesquisas demonstram que, as principais atitudes
verbalizadas dos cidadãos são as seguintes: diminuir o consumo de energia
elétrica, eliminar desperdício de água e separar o lixo doméstico.
“Sustentabilidade também é uma questão de sair da inércia;
se doar. Você vai gostar, eu garanto!”
Uma norma a ser adotada é a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, onde, o fabricante se responsabilizaria junto ao município para
coletar as embalagens descartadas e dar um fim devido às mesmas. Esta lei,
apesar de muito eficiente, é quase que financeira e economicamente inviável, e
sendo assim, dificulta a sua aceitação e execução.
TAEQ
A marca, é exclusiva do Grupo Pão de Açúcar e assim como a
empresa, carrega um conceito de marca sustentável, saudável, amiga do ser
humano e do meio ambiente.
A Taeq, juntamente com a fabricante do papel cartão e a
cooperativa Papiros, conseguiu transformar o papelão utilizado em seus
produtos, em um novo tipo de celulose, fazendo com que o ciclo de produção seja
fechado (uma vez que as embalagens, após recicladas, se transformam em novas
embalagens). Com esta ação, a marca e o
Grupo Pão de Açúcar visam engajar toda a Supply Chain, fazendo com que uma
pequena mudança seja percebida e usada como motivação pelos demais.
Com esta ação, a Taeq, ganhou os seguintes prêmios:
Prêmio de Embalagem de Sustentabilidade 2010
Prêmio da Dupont em Inovação e Tecnologia 2012
Segundo Borghi, se a marca ou empresa souber usar a questão
de sustentabilidade maneira séria, sabendo incorporar isso ao seu DNA, os
consumidores passam a perceber e criam uma simpatia com a mesma.
Grupo:
Ana Mulin
Luisa Brandt
Luri Camargo
Priscila Miadaira
Thiago Ortiz
CSO 6B
Ana Mulin
Luisa Brandt
Luri Camargo
Priscila Miadaira
Thiago Ortiz
CSO 6B
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